Entenda como foi tomada a decisão de jogar com os portões do Camp Nou fechados

O Jornal Sport revela informações de como teria reagido a diretoria e o elenco diante da situação de domingo

As portas do Camp Nou foram fechadas para os torcedores | José Jordan/AFP

A decisão em jogar com os portões fechados foi oficializada publicamente apenas meia hora antes do início da partida, após os jogadores e a equipe técnica terem chegado a um consenso. Um consenso que levou Josep Maria Bartomeu e seu conselho a mudar sua posição inicial.

Almoço cancelado

Devido à gravidade dos acontecimentos, Bartomeu e sua direção cancelaram o tradicional almoço de confraternização com o Las Palmas e solicitaram o cancelamento da partida. Os dirigentes blaugranas iniciaram essas negociações, enquanto instituições catalãs também pressionavam para que não se jogasse essa partida. O Barça decidiu pedir um relatório ao Conselho de Segurança, mas a única informação enviada pela polícia da Catalunha era de que, do ponto de vista da segurança pública, havia garantias completas para jogar.

La Liga não autoriza

O FC Barcelona também fez o pedido de suspensão da partida a La Liga de Futebol Profissional (LFP), mas Javier Tebas não só descartou essa opção, como também lembrou que a equipe poderia perder seis pontos na classificação se decidisse não aparecer na partida.

Apesar das respostas que receberam durante a manhã e que não havia unanimidade, Bartomeu e seu conselho ficaram determinados a não jogar o jogo. E com essa ideia, o presidente do Barcelona desceu até a área de vestiário do Camp Nou para se encontrar com a comissão técnica e com os jogadores.

Opinião do vestiário

Na intimidade do vestiário, foi onde a decisão definitiva foi tomada. Os jogadores, convocados um pouco mais de duas horas antes do início de Barça x Las Palmas, chegaram às instalações e gradualmente se juntaram ao debate que abriu, enquanto Bartomeu explicava a situação e a decisão que tomaria o conselho.

O primeiro a entrar no debate foi Gerard Piqué, que se expressou de sua forma habitual: a partida não pode ser jogada de maneira alguma, dadas as circunstâncias; como ele já havia dito quando havia ido votar, considerava que os fatos eram "uma vergonha". Sergi Roberto imediatamente se alinhou com a posição de Pique, apontando na mesma direção.

Messi não aceitou perder 6 pontos

Quando o vestiário ficou sabendo das consequências que teria o Barça se decidisse não jogar, surgiram algumas dúvidas. Messi então deu sua opinião. O argentino deixou muito claro que o Barça não poderia perder 6 pontos. Leo estava disposto a jogar com os portões abertos "e ver o que acontece".

Se essa fosse a decisão final e houvesse uma invasão no campo no início do jogo, o árbitro teria que suspendê-lo, o Barça teria que pagar uma multa e possivelmente cumprir uma punição... mas não perderia os 3 pontos.

A terceira opção

Foi então que o presidente Bartomeu tomou uma decisão intermediária: jogar com os portões fechados. O capitão Andrés Iniesta e muitos jogadores olharam favoravelmente sobre essa alternativa e forneceram argumentos para aderir a essa opção. O treinador Ernesto Valverde também considerou que era a opção mais viável e o presidente Bartomeu acabou assumindo essa decisão.