O único culpado pelo vexame contra a Roma é Ernesto Valverde

Após ter feito uma vantagem de 4 a 1 em casa, o Barça sofre vergonhosamente um 3-0 fora e é eliminado da Liga dos Campeões

Paolo Bruno | Getty Images

Já para deixar claro, a eliminação vergonhosa nos faz esquecer tudo o que vem sendo feito nessa temporada de forma equivocada. Valverde é, querendo ou não, o maior responsável por essa reação do Barça após vim de uma temporada fracassada e de uma pré-temporada doída, por isso merece créditos e confiança para seguir o trabalho. Mas infelizmente, na mesma proporção, ele também é o grande culpado por essa eliminação histórica.



Para começar, Valverde tem entender que um jogador de 30 anos de idade precisa de descanso para manter sua forma física 100% nos grandes jogos, mesmo sendo ele o melhor jogador de todos os tempos. É necessário vez ou outra deixá-lo no banco, deixá-lo descansar em casa e até mesmo tirá-lo da partida quando a mesma já estiver resolvida. Para isso, existem outros grandes jogadores no elenco para suprir sua ausência, como Suárez, Coutinho ou Dembélé, que é muito jovem ainda, mas tem uma sede enorme de jogar e brilhar com essa camisa. Outros jogadores importantes como Piqué, Jordi Alba e Busquets também precisavam dessa dosagem de descanso.

Contra o Sevilla, optou corretamente por Messi no banco, que vinha de lesão muscular desde a data FIFA. Ao sofrer 2-0 e ver o título invicto sendo destruído, se desesperou e colocou o argentino em campo. Ele entrou e resolveu, mesmo não estando em condições de jogo, se sacrificou por uma coisa que não tinha grande necessidade. 

Uma derrota não faria com que o Barça perdesse sua liderança e nem despencasse, mas a ambição do treinador em ficar para a história teve consequências no futuro. Se perguntar para qualquer torcedor do Barcelona se eles preferem serem campeões invictos da La Liga ou vencer a Champions League, a grande maioria escolheria comemorar o título da maior competição de clubes do mundo.

Messi salvou a invencibilidade do Barcelona na La Liga

No Estádio Olímpico contra a Roma, foi covarde. Sabia que o adversário iria entrar pressionando e querendo fazer história, mesmo assim fez seu time jogar atrás, chamando cada vez mais o adversário. O erro já começou na escalação. Na teoria, faz sentido colocar dois laterais na direita para marcarem e revezarem subidas ao ataque, e não permitir muito que Jordi Alba fizesse o que faz de melhor que é subir para dar apoio pelo lado esquerdo, já que certamente tomaria muita bola nas costas. Mas na prática, tudo é diferente. Sabendo dessa proposta da Roma, o Barça deveria jogar também ofensivamente e buscando ocupar o campo defensivo da equipe italiana, dificultando a proposta de jogo que eles queriam emplacar.

Já no início do jogo, a Roma, assim como todos os times que hoje vão enfrentar o Barcelona, subiu a marcação e dificultou a saída de bola que o time blaugrana gosta. Com isso, os lançamentos para o ataque foram frequentes. Era até uma ótima solução para pegar a defesa da Roma desprevenida, mas se você não tem jogadores de velocidade no ataque, fica difícil. A bola muitas vezes chegava em Sergi Roberto, que não tem velocidade e ofensividade necessária para puxar esse ataque. Dembélé fez muita falta nesse momento. Claramente era jogo para o francês jogar, com a missão de incomodar a defesa da Roma e gerar mais lances de ataque.



Sendo ofensivo e jogando com a mesma proposta da Roma, certamente o Barça poderia sofrer mais ataques, no entanto, faria com que o time italiano se preocupasse também em defender, ao invés de se preocupar apenas em ir pra cima e fazer os gols, que foi o que aconteceu. 

Com a qualidade do Barça, jogando pra frente e pressionando a Roma na mesma proporção, certamente os gols sairiam com mais facilidade para o lado blaugrana e dessa forma a equipe conseguiria controlar enfim o jogo. No comecinho do jogo vimos isso. Messi abriu uma bola espetacular encontrando Sergi Roberto livre pela direita, mas como já sabemos, o canterano não tem características de finalização e finalizou muito mal. Se Dembélé estivesse no seu lugar, esse lance poderia ter terminado diferente, lembraria inclusive o gol que marcou contra o Chelsea, seria idêntico.

Enquanto via o time sendo massacrado, Valverde não fez sequer uma mudança, nem de jogadores e muito menos tática, parecia não fazer ideia do que estava vendo. Quando mudou, tirou simplesmente Iniesta para colocar André Gomes, mas não foi pensando em reagir, e sim para poupar o meio-campista espanhol como de costume. O português entrou mais assustado do que o normal, e poucos minutos depois o Barça sofreu o gol da virada que os eliminava. Só então Ernesto Valverde teve coragem de colocar o time pra frente, colocando Dembélé e Paco Alcácer, mas infelizmente já era tarde demais.
Valverde preferiu jogar da maneira que jogou desde o início da temporada. Equilibrado, sem propor muito o jogo e se defendendo mais do que atacando, mas esqueceu que do outro lado tinha onze jogadores que viriam para a partida em uma vibração muito maior, sonhando com essa classificação e jogando o máximo que poderiam para alcançar esse objetivo. Deu no que deu. Barça eliminado vergonhosamente e o único culpado é sim o treinador espanhol.

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